Assessoria e desinformação: como lidar?

A pós-verdade e as fake-news estão na moda. Especialmente neste ano, cujo cenário

político foi conturbado e atípico, as expressões carregam um peso que antes não era

notado. A pós-verdade, por exemplo, é baseada em extremos: tudo é preto e branco.

Além disso, ela promete uma esperança no futuro, o que a torna muito atrativa,

especialmente para as pessoas que se sentem inseguras, confusas e desorientadas. Uma

das táticas mais utilizadas são os discursos populistas, aqueles em que a população é

influenciada com promessas impossíveis e soluções simples para todos os problemas.

Com isso, um novo desafio foi criado para os profissionais de assessoria de imprensa e

agências de publicidade: o combate a desinformação. Histórias falsas e rumores na

internet não começam de uma só vez; eles podem resultar de uma percepção errônea

ou imprecisão que nunca foi corrigida, deixando o espaço para distorções adicionais. É

fundamental que os profissionais sejam meticulosos sobre os fatos de qualquer matéria

falsa e respondam rápido, nas mídias sociais, na comunicação via WhatsApp, no site

oficial da marca, nas mídias tradicionais e, assim, possam coibir a disseminação de

notícias falsas.

É inevitável que, com isso, fiquemos expostos a mídia que cultiva o pensamento único.

Talvez seja a pós-verdade uma das principais causas que justificam a perda da

credibilidade, que inclusive, acaba por afetar a política. Se a imprensa fosse completa e

unicamente comprometida com o leitor ou telespectador, fizesse a diferença

independente da situação, não estaria ruindo pela desconfiança, tanto do público de

esquerda como o público de direita.

Estamos vivendo entre “não saber em quem acreditar” e “não saber em quem confiar”.

A imprensa caminha pela autodestruição quando não cumpre seu papel principal, que é

esclarecer. E as coisas só podem ser claras quando forem tratadas sem um véu entre

elas e a realidade.

Na era da pós-verdade, o jornalismo precisa se mostrar cada vez mais atraente e

disposto a informar o público com qualidade. Para reconquistar a sua credibilidade e sua

confiança, terá que investir, principalmente, em checagem de fatos. A tática já foi

aderida por grandes veículos como, por exemplo, G1 e O Tempo. Entretanto, o principal

caminho depende da maturidade do cidadão para distinguir a verdade da mentira. Além

disso, é fundamental que a checagem dos fatos se torne um hábito em seu dia a dia. Por

mais sedutores que estes sejam, é hora de avaliar a influência de suas crenças de forma

que esta não se sobressaia frente a verdades que as confrontem.

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